2 de nov. de 2009

Falso 1

A vontade agora é de matar
de ver o sangue jorrar
sentir alguma coisa que eu nunca senti antes
por que o antes agora é errado

Cortar, ouvir a dor, sentir o terror
deixar a sanidade de lado
ser o animal apenas uma vez
libertar a alma que não sai

Esquecer o sentimento
apenas o sangue correndo nas mãos
sujo nas roupas

No eu, gosto de sangue
Em você, estranhas marcas
No a gente, o estranho prazer
No prazer, a natureza da dor

30 de set. de 2009

Vazio

Eu estou vazio de mim mesmo,
e cheio de vocês
Vocês que me fazem não ser eu
Vocês que me cercam

Me atingem como bala certeira
Destroem minha alma
Constroem meus pecados
Me consomem com dor

Chegam até mim cheias de desgraça
Me oferece, me tentam,
e no final
nada

O que resta neste nada, sou eu
que sequer existo mais
sendo apenas mais um,
ou pior do que isso, sendo nada

E dessa forma surge a dor (sim, escreverei pateticamente sobre isso)
Surge, me consome e realmente faz doer

Doer em mim, doer em mim
Só em mim, só em mim
Sem ninguém saber
Sem eu querer que ninguém (ou todos) saibam

Ai a dor dói
Dói mais ainda,
mas eu aguento,
sempre aguentei

Sempre fui a esponja seca e vazia
Absorvendo um pouco de cada
Virado todos
Morrendo diante de cada um
Sem que alguém perceba

26 de set. de 2009

Mente vazia

Eu amei
Eu amei uma, amei duas
Amei até mais vezes

Mas sei lá
Amar dá muito trabalho
Não é pra mim não

Mas quem não é pra amar?
não sei
Vou tentar parecer mais normal

9 de set. de 2009

Caminho dos Jacarés

Eu vou contar uma história que aconteceu há muito tempo atrás em um lugar chamado caminho dos jacarés. Melhor, não vou contar nada, mas vou te falar que foi no caminho dos jacarés onde eu perdi. O que eu perdi? Muita coisa.

Ao total eu perdi um amor, muitas histórias, a vida e o pior de tudo foi que perdi a música.

Eu me perdi no caminho dos jacarés.

O erro foi meu, me desculpe por ter me perdido e por ter perdido. Eu abandonei meus ideais depois que achei que tudo havia terminado, ou melhor, que eu não tinha mais pra onde ir. É que o medo tomou conta de mim e não consegui mais pensar, olhei para o lado e percebi que você não estava mais lá. Podemos chamar isso de começo ou de fim. Tudo depende de como você quiser chamar.

Eu vaguei pelo sol, debaixo do caminho dos jacarés e percebi que todos fugiam de mim. E foi nessa hora em que eu perdi minhas histórias. Uma vez que não havia mais personagens nem atores nem ninguém, então não haveria mais história.

Mesmo depois de estar tão só eu tentei continuar em frente, mesmo sem sentido e sem vida. Mesmo depois de ter tido quase tudo tomado de mim, pelo menos a ideia de que um dia eu chegaria a um lugar alimentava minhas forças para me fazer cantar, mesmo que em voz baixa, no caminho dos jacarés. Foi ai então que eu vi que havia perdido minha vida, por que estava só, por que já tinha perdido minhas histórias e agora estava perdendo minha cabeça, minhas idéias, a minha vida.

E quase no final era assim, eu no caminho dos jacarés, sem vida, sem histórias, sem ela. Eu já tinha deixado de ser eu há muito tempo. Não sabia mais o que eu era. Talvez essa tenha sido a única vez que eu fui algo de verdade, mesmo que vazio e perdido.

Foi então que do nada eu perdi a música. Foi do nada, por que pra mim eu jamais pensei que perderia a minha essência, o meu eu. Maldito e amaldiçoado seja o caminho dos jacarés. Como eu poderia ter perdido algo tão precioso que valia mais que a minha vida. Para mim aquilo já era sacrifício de mais, eu não conseguia mais. O caminho dos jacarés foi árduo pra mim e eu realmente quis desistir.

Até que então eu caí, com um baque, no chão seco. Nem lágrimas eu tinha para chorar, pois estava vazio de mim mesmo. Fechei os olhos como um sinal de desistência e com os restos das minhas forças vire-me para olhar o céu do caminho dos jacarés. Olhar o último céu que eu veria. Fui pensando em tudo que já havia perdido. Meu lugar, minhas histórias, ela, minhas músicas, minha essência.

Foi quando achei que tudo estava perdido e olhei para todo o caminho que já havia percorrido. De repente uma brisa soprou e então eu apareci. Não conseguia entender. Eu estava paralisado, estava olhando para mim mesmo. Para os meus olhos e o meu rosto. Então eu entendi tudo, todo o plano, todo o caminho dos jacarés. Foi quando eu percebi que eu nunca estive sozinho e sim que eu nunca estive comigo mesmo. Eu levantei sorrindo e percebi que minhas forças estavam novas. Eu me dei à mão e levantei, sorri para mim mesmo, acenei e saí correndo pelo caminho dos jacarés.

Eu entendi que não estava só mesmo depois de perder tudo. Eu entendi que mesmo se eu perdesse tudo, se eu perdesse as idéias, a vida, ela, a música, mesmo se eu perdesse tudo isso, eu não ficaria sozinho. Talvez essa fosse a única maneira de eu ficar só, mas só, comigo mesmo.

Só comigo, sem influências, sem meios, sem ideias, sem pessoas, sem palavras, sem sentimentos, sem nada. Essa foi a única maneira de eu me achar. Passando pelo caminho dos jacarés, perdendo tudo o que eu tinha, ficando nu da minha maneira, mas tendo coragem de me encarar mesmo depois do fracasso e ver que sem eu mesmo, eu não seria nada.

29 de ago. de 2009

-

eu queria me perder no meu mundinho e esquecer
não ter ninguém
ser só eu

ser só eu
por que ser só eu não da problema
ser só eu não tem quem não concordar,
ser só eu me da mais liberdade

ser só eu me deixa só

28 de jul. de 2009

Meu

Meu gergilim
Meu gergilim gigante
Meu bravo guerreiro

Meu único
Meu certo
Meu claro

Agora é meu
e nos despedimos
sem se quer dizer adeus

21 de jul. de 2009

Nada

você banalizou o que era nosso
você popularizou o que era seu
você tirou o que era meu

nossos sonhos foram destruídos
suas vontades foram feitas
eu fui apagado

'nós' deixou de exitir
você e eu fomos separados
e sobrou nada

sobrou nada

8 de jul. de 2009

-

Quem é você?
que chegou do nada
e reaqueceu meu coração

Que me fez querer te ter

Você que me despertou a idéia
e nem deve saber disto
ou daquilo
ou de mim

E eu digo
não perca seu tempo comigo
por que a minha necessidade não passa de egoísmo
e por mais que eu queira
eu vou saber não ter

5 de jul. de 2009

Sono

E o sono que não vem
O sono no qual eu quero me afogar
para perder todos os sentimentos
pensamentos
desejos

Não vou nadar contra essa maré
vou apenas esperar
e me afogar

esquecerei quem sou
assim como o que penso

então mergulhar,
e desejar
não sonhar, nem acordar

27 de jun. de 2009

Mudança

pessoas mudam ao longo dos dias
ao longo dos anos
as pessoas mudam

não é questão de ser eu ou você
mas sim
é questão de ser gente

é questão de crescer
de ver o mundo de uma nova forma
de aceitar o novo

o novo que nos faz pensar
é o novo que trará o novo
e é também o que mudará, ou apenas passará como algo perdido

21 de jun. de 2009

Domingo

foi você
que chegou aqui anunciando o fim
em um domingo
onde tudo acabou

um domingo à tarde
que era pra ser mais um
mas não foi
não foi

e suas palavras não sairam da minha cabeça
a luz no fim do túnel tinha sumido
o chão tinha se desfeito
e ainda era domingo

foi nesse dia
em que eu abri os olhos e vi tudo escuro
também foi o dia
em que você caminhou pra longe de mim

pedaços da minha vida
que deixaram de existir
se perderam no sempre
nas ruas frias

eu perdi minha fé
eu perdi minha coragem
eu perdi minha esperança
eu perdi você

16 de jun. de 2009

Tardes de veraneio

Ah minhas tarde de veraneio
Sentado no chão de madeira d'aquele quarto iluminado
e a fumaça pairava por todo o ar
enquanto nossos corpos cediam a vontade
onde nos libertávamos dos medos

Todos eram um e eram todos

Eu sinto saudades
era bom
E aquela brisa sempre me faz lembrar
da risada de todos,
ou apenas dos nossos corpos deitados, contemplando

Era gênio!
Era único!
E ainda é, ainda é
Mesmo que apaguem
As minhas tarde de veraneio
ainda serão tardes de veraneio

14 de jun. de 2009

Alívio

Escrever, escrever, escrever, escrever, escrever, escrever, escrever, escrever...
Para esquecer a dor que eu sinto
Pela estupidez babaca
Pelas ilusões criadas

Minha mente gritando
e falando bem alto
para não pensar em você

Para não criar ilusões desleais
ou apenas para não me fazer chorar amanhã

6 de jun. de 2009

O pior

Fato é
que este foi
ou está sendo o pior

O pior dia da minha vida
as piores percas
tudo de ruim

Mas que seja
isso já foi de mais para mim
um simples jovem
com seus complexos loucos

Que seja! Que seja!
Já me basta essa dor
esse sentimento aflito
que me faz ficar louco

Eu não quero mais
só quero o mesmo
e me afastar

Como?!?
Um dia pode deixar tantas marcas ruins
um dia que era pra ser especial

E o pior de tudo
é não encontrar sentido nas minhas palavas
ou nos meus pensamentos

Então não quero mais pensar
quero deixar tudo em branco
quero partir

25 de fev. de 2009

-

e eu que sou mais um ser, em suas noites de insônia
inquieto com o barulho do mundo
e o compasso do coração sem notas

ah se você pudesse me ouvir
acabaria se apaixonando por minhas palavras de amor
cairia em desejos profanos por minha causa

ou então não faria
não seria, ou até mesmo
não desejaria

queria que me ouvisse nessa madrugada 
berrando aos prantos para o mundo ouvir o que até agora poucos ouviram
"Oi, eu também quero amar e ser amado''

20 de fev. de 2009

Ditado

Se você saisse a francesa, 
ninguém notaria sua ausência

Enquanto ele anda a cavalo,
eu ando a pé

A direita vocês veem um monumento a moda alemã
As vezes você vai a lugares que me parecem estranhos
A noite, muito sombrio

Quando você vier da Dinamarca,
eu estarei indo a França

Quando você for ai médico, vá a sala 26 e procure por mim.

[seguindo as novas regras de linguagem]

5 de fev. de 2009

A Praia de Ipanema

Eu não vi
Mas tinha escrito seu nome na areia
da praia de Ipanema

E depois tudo aconteceu
Éramos os dois juntos
onde tudo estava começando

A praia de Ipanema
não é mais a mesma
Ah! A praia de Ipanema

Toda vez agora,
ela me faz querer te ter

Imaginar o que nunca tive
E não sei se vou ter...
Mas agora é tarde e o sol se põe

E a praia de Ipanema?
Ah, ela agora é nossa


21 de jan. de 2009

-

"Aprender a dar, foi o que ganhei"
mas na verdade nada ganhei
só perdi

E é assim a vida, que vai seguindo só
só se perde
se perde quem se ama
se perde quem também se odeia
e ai, se ganha felicidade?

Vai vivendo e vai perdendo
a única coisa na qual estamos todos destinados
perder, perder e perde
deixar pra'trás

E não adiante-se para olhar mais
já se foi
sumiu
foi-se a evaporar

[baseado/ouça -> evaporar - little joy]